Caso Peretto: Justiça nega liberdade a irmã, cunhado e viúva acusados de matar comerciante a facadas

  • 02/07/2025
(Foto: Reprodução)
O juiz indeferiu os pedidos de liberdade provisória de todos os acusados Mário Vitorino (cunhado), Rafaela Costa (viúva) e Marcelly Peretto (irmã). Caso Igor Peretto: entenda o assassinato do comerciante que descobriu traição A Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo, negou os pedidos de liberdade de Marcelly Peretto, Rafaela Costa e Mario Vitorino acusados de matar o comerciante Igor Peretto. A decisão foi publicada após o encerramento da fase de instrução e destaca a “brutalidade incomum” do crime, apontada pelo juiz como motivo para manter o trio preso preventivamente. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Igor Peretto foi assassinado em 31 de agosto de 2024. O MP-SP denunciou Rafaela (viúva), Marcelly (irmã) e Mario (cunhado) por premeditar o crime, alegando que Igor era visto como um "empecilho no triângulo amoroso" formado entre eles. As defesas aguardam a decisão da Justiça sobre a ida ou não do trio a júri popular. A última sessão do processo ocorreu em 16 de junho, marcando o encerramento da fase de instrução, em que foram colhidas provas, ouvidas testemunhas e realizados exames periciais. Ao final da audiência, o juiz abriu prazo de dois dias para que as defesas apresentassem pedidos de diligências complementares. Os representantes dos três réus se manifestaram no período estipulado: O advogado de Rafaela: pediu a devolução do celular dela, alegando que o aparelho pode conter provas que isentem a ré, assim como a revogação da prisão preventiva. O defensor de Mario Vitorino: solicitou a revogação da prisão preventiva, apontou o vazamento de dados no inquérito e pediu a devolução dos telefones. A defesa de Marcelly Peretto: cobrou informações sobre exames em roupas e unha postiça da ré, buscando saber se há provas materiais contra ela. O representante também solicitou a liberdade provisória e a restituição do celular da cliente. Na decisão que analisou os pedidos apresentados após o encerramento da instrução, o juiz indeferiu os pedidos de liberdade provisória de todos os acusados, bem como as diligências solicitadas pela defesa de Marcelly. "Os autos narram um crime de violência extremada, executado com brutalidade incomum”, afirmou o juiz Bruno Rocha Julio na decisão. O magistrado, no entanto, determinou a devolução dos celulares apreendidos, ao entender que as perícias nos aparelhos já foram concluídas e os dados digitais foram devidamente incorporados ao processo. Continuam presos Mario Vitorino abraça Marcelly Peretto (à esq.) após assassinato do irmão dela; faca usada no crime (à dir.) Reprodução Em relação à prisão, o magistrado destacou que os acusados agiram com brutalidade incomum, com aproximadamente 40 facadas desferidas na vítima, segundo o laudo necroscópico, o que indicaria periculosidade concreta dos réus -- o primeiro laudo apontou para 11 perfurações. O juiz também citou as tentativas de manipulação de provas e fuga de alguns dos envolvidos como justificativas para a manutenção da custódia cautelar. Rocha Julio ainda declarou encerrada a instrução e abriu prazo para as alegações finais do Ministério Público e, depois, das defesas. O que pediu o MP-SP Mario, Marcelly e Rafaela continuam presos por decisão da Justiça Reprodução O Ministério Público havia se manifestado contra a revogação das prisões preventivas e contra a devolução dos celulares, mas o juiz não acatou integralmente os pedidos do órgão. Embora tenha mantido os réus presos, determinou a devolução dos aparelhos por entender que os dados já foram periciados, não havendo mais interesse processual na manutenção dos itens físicos apreendidos. O crime Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP) Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais O crime aconteceu em 31 de agosto, no apartamento de Marcelly Peretto. Dentro do imóvel estavam a vítima, Marcelly e Mário Vitorino. Rafaela chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com o suspeito do assassinato. De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mário. O advogado de Marcelly ainda disse que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario ao apartamento. Igor Peretto foi morto a facadas e, se tivesse sobrevivido, teria ficado tetraplégico [sem movimentos do pescoço para baixo]. Esta informação consta em laudo necroscópico obtido pelo g1. Últimas imagens de Igor Cronologia da morte do comerciante Igor Peretto: tudo que se sabe da descoberta da traição à morte Reprodução O g1 teve acesso às últimas imagens de Igor com vida (veja no início da reportagem). Os vídeos mostraram os três suspeitos e a vítima chegando ao apartamento onde ocorreu o crime. Primeiro chegaram Marcelly e Rafaela, mas a viúva deixou o apartamento antes de Mario aparecer com Igor. De acordo com os registros de câmeras de monitoramento, a viúva e a irmã do comerciante chegaram de carro na rua do apartamento dela às 4h32 de 31 de agosto, sendo que o registro da entrada no prédio foi às 4h38. Dois minutos depois, elas são vistas abraçadas e rindo no elevador. As imagens mostraram que uma hora depois da chegada, Rafaela apareceu sozinha no elevador e foi embora do prédio. Um minuto depois, ela saiu do prédio, entrou no carro e deixou o local. O tempo entre a saída dela e chegada da vítima foi de apenas 13 segundos. 05:42:27 - Rafaela foi vista saindo de carro 05:42:40 - Mario e Igor estacionaram na mesma rua Às 5h43, Igor foi visto entrando no prédio com Mario pela entrada social. Eles também foram vistos no elevador, onde a câmera flagrou uma discussão. A última vez que Igor foi visto com vida foi às 5h44, quando deixou o elevador com o cunhado e seguiu para o apartamento. Mario e Marcelly deixam o local juntos por volta das 6h05. O casal desceu pelas escadas, foi até o subsolo e deixou o prédio a pé pela garagem. De lá, os dois foram de carro para o apartamento de Mário, que fica a poucos quilômetros de distância do local do assassinato. Eles chegaram ao prédio às 6h11, ficaram aproximadamente cinco minutos e saíram segurando bolsas e outros objetos. O g1 não teve acesso a essas imagens. Triângulo amoroso O MP-SP concluiu que o trio premeditou o crime porque Igor era um "empecilho no triângulo amoroso" entre Rafaela, Marcelly e Mario Vitorino. Ao g1, a promotora Roberta afirmou ter considerado o caso como "chocante e violento". A promotora disse que em nenhum momento os envolvidos tentaram salvar Igor ou minimizar o sofrimento dele. "Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir", acrescentou. Vantagem financeira Igor Peretto, irmão do vereador de São Vicente (SP), Tiago Peretto (União Brasil), foi morto a facadas em Praia Grande Reprodução/Redes Sociais e Thais Rozo/g1 De acordo com a denúncia recebida pela Justiça, a morte de Igor traria "vantagem financeira" aos acusados. Os advogados dos presos negaram a versão apresentada pelo MP-SP. Segundo o MP, Mário poderia assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com o cunhado, enquanto a viúva receberia herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”, destaca o MP. O MP considerou a ação do trio contra Igor um "plano mortal". O documento diz que eles planejaram o crime, sendo que Mário desferiu as facadas, a viúva atraiu o comerciante e, junto com Marcelly, incentivou Mário a matá-lo. O órgão levou em conta essas informações para elaborar a denúncia por homicídio qualificado. "O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles", apontou a entidade. Ainda segundo a denúncia, o assassinato também foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois Igor estava desarmado e foi atacado por uma pessoa com quem tinha relacionamento próximo, e de quem não esperava mal. Como ocorreram as prisões Mario, Marcelly e Rafaela, investigados pelo homicídio contra o comerciante Igor Peretto Reprodução e Redes sociais As mulheres se entregaram e foram presas em 6 de setembro, enquanto Mário foi detido após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela, em Torrinha (SP), no dia 15 do mesmo mês. O trio havia sido preso temporariamente em setembro e, no início de outubro, a prisão temporária foi prorrogada. Na ocasião, a defesa de Rafaela chegou a entrar com pedido de habeas corpus, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões do trio, de temporárias para preventivas, após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, do MP-SP. Sobre o processo Trio acusado de envolvimento na morte de Igor Peretto chega a fórum para audiência A primeira audiência de instrução ocorreu em 20 de março, quando as partes começaram a apresentar as provas e argumentos para o andamento do processo. A sessão no fórum precisou ser retomada em 7 de maio e, pela quantidade de testemunhas, foi marcado um novo encontro para 16 de junho. Após os interrogatórios, o juiz deu um prazo para que as defesas apresentassem pedidos complementares, conhecidos como diligências, até 18 de junho. As defesas dos três réus se manifestaram dentro do prazo. O que dizem as defesas? O advogado Yuri Cruz, que representa Rafaela, afirmou ao g1 que se manifestou no prazo estipulado, solicitando a restituição do aparelho celular da ré. "Para que a defesa técnica possa apurar a existência de novos elementos probatórios que possam robustecer [fortalecer], ainda mais, a categórica ausência de responsabilidade penal de Rafaela", disse. A defesa espera que Rafaela não vá a júri popular. De acordo com ele, as acusações foram afastadas pelas provas produzidas na audiência. O advogado Mário Badures, que defende Mario Vitorino, disse que a defesa confia na imparcialidade do Judiciário para a aplicação da lei no caso considerado "tragédia para a vítima e todos os envolvidos". Badures disse que a defesa se manifestou na Justiça sobre "algumas diligências pendentes". "Entre elas, o acesso aos autos sobre o 'vazamento de dados' ocorrido no inquérito, a restituição dos telefones apreendidos, algumas questões técnicas acerca das provas digitais e, por fim, a revogação da prisão preventiva, que nesta altura do processo não encontra mais qualquer necessidade", afirmou. O advogado Leandro Weissman, que representa Marcelly Peretto, também solicitou informações sobre o inquérito feito pela Polícia Civil. "Requeremos a diligência do processo retornar à delegacia para que seja informado se houve perícia e qual o resultado, bem como a roupa que ela usava e foi apreendida, visando saber de quem era o sangue existente", disse. Ao g1, ele também contestou a denúncia ofertada pelo MP, alegando que não havia um “triângulo amoroso” entre os acusados. “Os próprios policiais que conduziram a investigação do caso, excluem qualquer responsabilidade de Marcelly [...] A denúncia do Ministério Público em relação a ela é meramente fantasiosa, desprovida da realidade”, contou. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/07/02/justica-nega-liberdade-e-mantem-presos-acusados-de-matar-igor-peretto-a-facadas-em-praia-grande-sp.ghtml


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