Com textos que brincam de esconde-esconde com o tempo e saltam entre páginas, Vicentini Gomez lança ‘Histórias Sem Fim de um Mundo Sem Pé Nem Cabeça’
09/05/2025
(Foto: Reprodução) Evento será nesta sexta-feira (9), às 19h, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP). Vicentini Gomez lançõ livro ‘Histórias Sem Fim de um Mundo Sem Pé Nem Cabeça’
Hugo Caserta
Em uma madrugada sem lua, quando os relógios da cidade decidiram andar para trás, o ator, roteirista e cineasta Vicentini Gomez descreve ao g1 que o livro “Histórias Sem Fim de um Mundo Sem Pé Nem Cabeça”, da editora Paieiros, foi descoberto, “um capítulo de cada vez, nos becos esquecidos da memória e nas esquinas onde a realidade se embriaga com o impossível”. O lançamento da obra será nesta sexta-feira (9), às 19h, no Museu e Arquivo Histórico Prefeito Antônio Sandoval Netto, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente (SP).
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“Entre os ponteiros rebeldes, um velho livro empoeirado começou a representar histórias que nunca terminavam, saltando de página em página, como se brincassem de esconde-esconde com o tempo”, detalha o autor ao g1 sobre o processo de criação da obra.
Segundo Gomez, composto por 106 páginas, o livro “é uma porta entreaberta para um mundo onde as histórias se recusam a ter ponto final”.
“São ‘croniquetas’, como gosto de chamar, que se enroscam no tempo e desafiam a lógica, como fios de um novelo encantado. Em cada página, personagens saltam das linhas e caminham pela margem, alardeando segredos que o papel não conseguiu conter. São causos que atravessam madrugadas sem fim, árvores que guardam memórias, relógios que preferem sonhar a marcar as horas. ‘Histórias Sem Fim’ é um convite para quem se atreve a aventurar-se numa história que pode não ter fim”, descreve ao g1.
Gomez ainda acrescenta que as histórias abordadas no livro são como caminhos tortuosos onde “o absurdo caminha de mãos dadas com o cotidiano”.
“São crônicas fantásticas que misturam realidade e magia, explorando o cômico, o trágico e o surreal. Quanto à lição... bem, se alguém encontrar uma, por favor, me avise! Dizem que certas lições andam de chapéu baixo, disfarçadas de galho seco, e outras se escondem no riso dos que tropeçam em seus próprios passos. No fim, talvez a única moral seja esta: às vezes, a melhor história é aquela que não sabe como terminar”, destaca o roteirista.
Ao g1, Vicenti Gomez ainda afirma que alguns leitores dizem que as “páginas se multiplicam quando ninguém está olhando, outras simplesmente desaparecem e reaparecem em outra ordem”.
“Já teve quem jurasse encontrar bilhetes secretos entre os capítulos, escritos por personagens que resolveram fugir da história. Então, se alguém conseguir chegar à última página, por favor, me avise... e confira se está no mesmo lugar!”, disse o cineasta.
Escolhido por uma gaveta antiga 📚
A trajetória artística de Vicentini Gomez atravessa o teatro, o cinema, a televisão e a literatura, sempre explorando as complexidades humanas com humor, crítica social e poesia.
Ele atuou em novelas e conquistou 35 prêmioos de melhor ator protagonista no cinema, bem como acumula 85 prêmios internacionais.
“Contar histórias é meu ofício, minha paixão e meu pacto com a imaginação. Cada projeto é um mergulho no surreal, onde a realidade se reinventa em cada cena”, destaca ao g1.
Ele ainda conta que não escolheu ser ator e que, sim, foi “ escolhido por uma gaveta antiga, onde papéis rabiscados brigavam por espaço com fotografias desbotadas”.
“Um dia, enquanto procurava um par de meias, tropecei em um manuscrito que não lembrava ter escrito. As letras pareciam respirar, e os personagens piscavam para mim. Desde então, fui condenado a contar histórias que me perseguem em sonhos e uivam pelas paredes. Escrever, para mim, é como abrir portas para lugares que só existem quando alguém lê. E, por sorte ou maldição, essas portas nunca se fecham”, descreve ao g1.
Desde pequeno, Gomez já contava histórias para as nuvens, que, generosas, desenhavam cenas no céu para me escutar.
“Minha infância em Presidente Prudente foi um palco aberto, onde as árvores eram personagens e os rios traziam segredos antigos. No quintal da casa, armava circos invisíveis, e os passarinhos foram meus primeiros espectadores. Depois ganhei o mundo. Acho que nunca aprendi a brincar sem inventar um enredo. Escrever foi só uma maneira de continuar brincando, mas com papel e tinta no lugar das nuvens”, disse ao g1.
Ele ainda conta que começou a escrever no dia em que uma velha máquina de escrever apareceu, misteriosamente, em sua porta.
“Não havia remetente, apenas um bilhete: ‘As histórias já estão dentro de você. Apenas deixe-as sair’. Na primeira tecla que pressionei, ouvi um grito de socorro, como se as palavras estivessem esperando por aquele momento. Desde então, não parei mais. Escrever, para mim, é abrir janelas em paredes que ninguém sabia que existiam”, afirma.
Perder e se encontrar nas páginas 📖
Gomez descreve ao g1 que “publicar um livro é como soltar um pássaro que você criou no fundo do quintal”.
“Este é o oitavo deles que ganha asas, e cada um chega com um voo diferente. Alguns pousam em mãos curiosas, outros atravessam mares e vão contar histórias em lugares que eu talvez nunca conheça. Sinto como se estivesse abrindo uma nova porta para o desconhecido, onde os leitores são convidados a se perder — e quem sabe, se encontrar — em cada página”, afirma o autor.
Para ele, cada lançamento é um novo começo disfarçado de final.
Os livros são no formato físico, que, segundo ele, guardam o cheiro das histórias e o peso das palavras.
Os exemplares custam R$ 70 e podem ser adquiridos pelas redes sociais do autor.
Serviço 📍
O lançamento será nesta sexta-feira (9), às 19h, no Museu e Arquivo Histórico Antônio Sandoval Netto, localizado na Rua Doutor João Gonçalves Foz, nº 2179, no Jardim das Rosas, em Presidente Prudente.
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