Refugiado no Brasil, ex-porta-voz militar do Afeganistão relata fuga do Talibã: 'Tirou a paz da minha terra'

  • 01/07/2025
(Foto: Reprodução)
Zohrag Samim, que atuou por 8 anos como porta-voz das Forças Militares do Afeganistão, vive com a família em Morungaba (SP) após fugir do regime do Talibã. Campinas e Piracicaba registram alta nos pedidos de refúgio de estrangeiros Em um mundo tomado por conflitos em diferentes regiões, o interior de São Paulo surge como um local para o recomeço para centenas de famílias. Uma iniciativa em Morungaba (SP), cidade vizinha a Campinas (SP), já recebeu mais de mil refugiados desde 2022, a maioria de origem afegã. Atualmente, 91 pessoas de 27 famílias moram na Vila Minha Pátria, entre elas, a de Zohrag Samim, ex-porta-voz das Forças Militares Nacionais do Afeganistão. "O Talibã tirou a paz da minha terra. Todas as escolas foram fechadas, universidades, trabalho. O povo estava desesperado, não sabia o que fazer. Um escuridão absoluta", narra. Samim ocupou o cargo de porta-voz por oito anos, sempre dando entrevistas para a imprensa sobre operações, número de mortos e feridos. Ele explica que precisou fugir com a família após a volta do regime fundamentalista ao país, em 2021. "Eu nunca imaginava que um dia fosse ser um refugiado. Eu sempre encorajava as pessoas para não sair da sua terra", conta o jornalista. Cerco do Talibã A família chegou a tentar a fuga para a Turquia com a ajuda de "coiotes", mas desistiram por causa do frio à época. Depois, conseguiram vistos na embaixada brasileira em Teerã, capital do Irã. 📲 Siga o g1 Campinas no Instagram No entanto, antes da viagem para o Brasil, o Talibã parou o ônibus onde todos estavam, o que gerou o temor pelo pior pelo filho de Samim. "Chegou uma pessoa da equipe deles que entrou no ônibus e perguntou, tem algum policial aqui? Eles estavam procurando o meu pai. E graças a Deus eles não conseguiram saber que ele é meu pai. Quando ele perguntou se tem policial aqui, meu coração ficou batendo muito forte. Eu pensei que eu 'morri' primeiro que o meu pai. Meu pai é uma parte da minha vida, uma parte do meu coração", destaca Sohrab Samim. Atualmente, Zohrag, a esposa e os quatro filhos dividem os dois cômodos de um lar temporário na Vila Minha Pátria, uma iniciativa da Igreja Batista, que dá suporte para os refugiados até se adaptarem à nova realidade. Ex-porta-voz das Forças Militares do Afeganistão recomeça a vida como refugiado no Brasil Reprodução/EPTV Pedidos de refúgio Dados do Observatório das Migrações Internacionais (ObMigra), ligado ao Ministério da Justiça, apontam que Campinas teve 271 solicitações de refugiados em 2023, contra 330 em 2024, alta de 21%. "Esse aumento está muito vinculado tanto às restrições cada vez maiores do norte global de aceitar imigrantes e refugiados, como também a esse aprendizado que nós tivemos a partir da imigração haitiana em 2010, com as municipalidades se preparando para essas migrações e que essas redes migratórias elas mesmas vão se autogerindo na indicação dos municípios para que esses imigrantes possam buscar emprego, atendimento, direitos e cidadania", explica Rosana Baeninger, pesquisadora da Unicamp. LEIA TAMBÉM Projeto que acolhe palestinos no interior de SP é lar de refugiados afegãos: 'Brasil tem muito amor' Ramadã: refugiados no Brasil mantém tradição islâmica em meio ao calor Vila Minha Pátria, em Morungaba (SP), já recebeu milhares de refugiados Reprodução/EPTV VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/07/01/refugiado-no-brasil-ex-porta-voz-militar-do-afeganistao-relata-fuga-do-taliba-tirou-a-paz-da-minha-terra.ghtml


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